terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Poligamia emocional
O homem realmente deveria vir com um manual de instruções.
Dentre os mais variados capítulos, o mais lido - aquele que fica com o canto da página todo sujo, encardido - seria o das Opções.
As vezes eu acho que é difícil viver sem algumas coisas. Mas mais difícil ainda é, mesmo, ter que escolher. Tomar decisões, olhar as opções.
Se realmente existe um destino, deveriamos não ter opções. Mas não existe destino. É só uma ilusão que usamos, apoiamos, confiamos e projetamos para justificar uma escolha (certa ou errada) dentre as opções.
E essas opções sempre vêm na pior hora. Quando há liberdade, nunca aparece nada. Quando você pensa que encontrou o que queria, uma bifurcação surge, e de seus dois caminhos, outros dois... Quando se vê, já é uma raiz, gigante, profunda, tridimensional - CONFUSA.
Por que a gente tem que escolher, quando na verdade, o ideal seria juntar tudo? Quase uma poligamia emocional.
A vida não permite test-drive como quando queremos um carro novo. Ou será que ela permite?
O foco aqui é mesmo as opções. E tudo é assim, quando a gente não tem ninguém... Parece que ninguém aparece. Quando a gente tem alguém, parece que todo mundo quer.
Quando a gente tem comida na geladeira, queremos comer o que não está ali. Quando tem só miojo, a gente come ele mesmo.
Estou embriagado de sono e não consigo dormir. Por que eu só sinto sono de manhã?
Ainda bem que existem opções, afinal. E antes que venham as criticas, a idéia de não fazer sentido foi uma escolha, uma opção - Eu precisava entender meus pensamentos antes de explicá-los.
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Um comentário:
Bonito.
Quanto ao test-drive... será que a gente não faz isso todos os dias? Fica testanto uma coisa, vê que não gosta, parte pra outra... aí testa outra e outra e outra. Com os relacionamentos eu acho a mesma coisa. É um eterno test-drive, no fim das contas.
A não ser que você encontre aquele amor lindo que a gente vê nos filmes... onde o mocinho e a mocinha (ou mocinho e mocinho hehe) se transformam no velhinho e na velhinha e ainda passeiam de mãos entrelaçadas e com sorriso cúmplice.
Acho que é esse, lá no fundo, o nosso maior desejo sempre: que não seja mais um test-drive...
x)
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