segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Auto-Retrato


















O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

Do mestre, Mário Quintana

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chasing pavements...


Por quê a gente é assim, complicado? Por quê eu sou assim... complicado?
Cada dia mais eu acredito nos que defendem que "tudo que é bom, dura pouco"... e ainda que seja o tempo suficiente pra se tornar inesquecível, talvez não seja suficiente pra gente;
Um erro pode apagar mil acertos de uma só vez, e apaga... Apaga a ponto de sempre ter-se que começar do zero, quando se valoriza mais o ruim do que os bons.
Não que eu seja livre de culpa - longe disso - tenho em meu repertório uma carga pesada de culpa, de arrependimento, de erros. Justificá-los na minha cabeça já seria tê-los como superiores aos acertos, uma vez que eu não tento achar razão pra o que eu faço de certo, no entanto o que eu faço de errado sempre deve ter uma causa, não é possível... onde já se viu! Imagina... Mas ainda sim, uma razão deve ter, uma causa... um machucado.
Ou não...
Por quê o final de uma incerteza traz consigo o começo de outra?

Eu não sei mais nada, como se pode ter falta do que não se viveu?