segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Crônicas de Peu - Um Shampoo, uma bússola e o Roberto Carlos



Acabo de sair do banho, estava preparado para lavar o cabelo quando peguei o pote de shampoo e percebi que estava quase vazio – xingamento número 1 – depois, apertei o pote, quase estrangulei o pobre coitado e consegui que saísse um pouco de conteúdo, um quinto do que geralmente uso – xingamento número 2 – que comecei a passar na cabeça. Em dois segundos eu já tinha a quantidade de espuma que consigo com os quatro quintos a mais de todo dia. O que isso significa? – Pergunto.
Significa, Pedro, que você é exagerado – respondo.
O pior tipo de exagerado – analiso.
O exagerado que não percebe que passa dos limites, e também que não percebe que às vezes da muitas voltas para chegar ao mesmo tanto de espuma na cabeça. Para quê? – divago, questionando.
Nunca tive espinhas na testa, mas mesmo assim, tenho cremes que prometem acabar com essa praga – a acne – de uma vez por todas. Ao utilizar os três passos, muito bem estruturados em um rótulo bonito e que, ao longo dos três primeiros dias eu já devia ver o resultado. Como eu veria o resultado se nunca tive espinhas? Bom... Ironia do destino ou burrice de quem vos escreve, percebi o resultado com três vulcões em erupção na minha testa outrora lisa como bundinha de bebê – clichê.
Por quê eu comprei MAIS UM creme? Exagero.
Acho que a minha bússola de tampinha de garrafa PET e agulha de costura não apontou para o Norte porque eu mesmo estava tão confuso quanto aos nortes da minha vida que acabei interferindo no magnetismo da agulha.
Confuso que saí do banho há uns 4 minutos, ensopei o teclado do computador para escrever esse post que agora eu já me pergunto se deveria ter começado. Perdi o rumo.
Voltando para casa hoje, antes do banho, ouvi COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ (Sim, aquela do Roberto Carlos). Arrepiei, não por gostar da voz dele ou por nunca ter ouvido a música, mas por pensar se existe um amor – não-familiar-amigavel - para quem cantar uma música assim. Invejei o Rei.
Não sei se consigo me abrir e doar tanto para atingir algo que nem mesmo o Mar para comparar o quanto seja grande. Mas isso, o norte, a bússola e minhas confusões são assunto para uma próxima vez.
Mas, como não se deve começar um tópico que não se vai terminar, após a música de Roberto, vieram os Engenheiros do Havaí para complicar ainda mais minha mente. “Ontem a noite, a noite tava fria. Tudo queimava mas nada aquecia”. É por aí que eu me sinto.

Boa noite ao som de Dreams, Cranberries. “Impossible as it seems”.